O PENSADOR

O PENSADOR
RODIN

sexta-feira, 1 de março de 2024

VOLTAIRE E O SUICÍDIO

 

Voltaire no seu “Cândido”, pergunta-se se haverá coisa mais tola do que a de querer carregar continuamente um fardo que se quer a todo o momento largar por terra? Do que ter horror à sua existência e querer continuar a existir? Por fim, do que acariciar a serpente que nos devora, até que ela nos tenha devorado o coração?

 

Se por um lado temos o instinto de sobrevivência, da nossa preservação enquanto membros da mesma espécie, por outro enfrentamos o sofrimento físico e psicológico, a indignidade e a incapacidade de controlarmos a nossa vida, principalmente na velhice e na doença grave. A vida de qualquer um de nós, pobre ou rico, novo ou velho, pode transformar-se numa verdadeira tragédia de doenças terminais, de indignidade – que nos transforma num fardo pesadíssimo para os nossos -, de dor, que não conseguimos vencer. Aí, quando a força do sofrimento suplanta em muito a força da sobrevivência, a muitos só resta a ideia do suicídio. Que mais vos poderei dizer?


***

Sem comentários:

Enviar um comentário