O PENSADOR

O PENSADOR
RODIN

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

COMECEMOS DESDE JÁ A QUEIMAR OS NOSSOS LIVROS




A teologia e a filosofia transformaram os homens em meros teóricos da vida – não se entenda aqui homem prático como aquele que afastou todo o “alimento” do espírito.

As questões metafísicas fundamentais não são atingíveis pela razão. Por muito que nos repugne, a melhor das metafísicas é não ter metafísica nenhuma, reduzindo o pensamento à sua verdadeira insignificância e abandonando de modo definitivo todas as infantilidades que têm assoberbado a “criança” humana desde os primórdios daquilo que apelidamos de civilização. 

No dia 6 de Dezembro de 1273 – dia da festa de S. Nicolau de Bari – S. Tomás de Aquino encontrava-se no convento de Nápoles, onde celebrava missa. Aí, terá tido uma experiência mística, após a qual abandonou de imediato a finalização da Suma Teológica, nada mais escrevendo até à sua morte.
Instado sobre o facto de não a terminar e de mais nada escrever, limitou-se a responder: “Já não posso mais, porque tudo o que escrevi me parece palha.”
É este o maior ensinamento que julgo ter recebido do Santo. 
Também eu sinto e afirmo com a certeza possível, que tudo o que tenho escrito, excepcionando-se porventura, os livros e artigos médicos, pouco mais é do que palha. A poesia, essa, é o meu "divertimento".

Não nos iludamos. Estamos sós. Temos de o compreender, não apenas superficialmente, mas na profundeza do nosso ser. Estamos sós nessa caminhada para algures ou para lado nenhum.

Comecemos desde já a "queimar" os nossos livros.





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