O PENSADOR

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RODIN

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PARMÉNIDES DE ELEIA - NADA MUDA E A MUDANÇA É UMA ILUSÃO




Séculos VI – V a.C.

Terá nascido em Eleia no ano de 540 a.C. e falecido em 450.
Parménides foi discípulo de Xenófanes e de Anaximandro. Pode considerar-se o fundador do eleatismo. Sócrates, ainda jovem, ter-se-á encontrado com Parménides, com quem adquiriu preciosos conhecimentos.

Do poema Da Natureza, apenas temos acesso ao seu início, que é profundamente esotérico.

Se Heraclito considerava o fluxo permanente das coisas, ou seja, que tudo muda, Parménides em resposta a tal doutrina, afirmava que nada muda e que a mudança é uma ilusão.
A sua doutrina está condensada no poema Da Natureza, do qual subsistem 160 versos.

Para Parménides, o Todo é finito, equidistante do centro. O mundo é Uno.

Os sentidos iludem-nos, como ilusórias são as coisas sensíveis. O Uno, infinito, é o único ser verdadeiro – o Uno de Parménides não é o que podemos entender por Deus, já que é material, infinitamente extenso, sendo uma esfera indivisível porquanto em toda a parte presente.

Deus é imutável, limitado, esférico. O Ser é completo e perfeito. Completo apenas o pode ser algo finito, já que o infinito é incompletude. E é esférico, que é o símbolo da perfeição.

Quer Parménides quer Demócrito afirmaram que tudo se processa em função da necessidade, que consiste numa conjuntura de fatalidade, justiça e providência, criadora do mundo. 
O mundo é incriado, eterno e incorruptível. A eternidade é a pura negação do tempo, contrariamente à tese que defende a infinitude temporal.

As duas vias indagatórias, segundo Parménides:
- Uma afirma que o Ser é, e que o ser não pode deixar de ser, sendo esta a via da verdade;
- A outra, que o Ser não é, que o Não-Ser é, nada se podendo aprender por esta via.
Em suma, o Ser é!

O Ser não pode em caso algum nascer. Se nascesse derivaria do não-ser, o que é de todo impensável, porquanto o não-ser não é. Também não pode perecer, porque ao perecer teria de se dissolver no não-ser, que como já ficou dito não é.

O que de Parménides foi mais marcante na complexa história da filosofia, não foi a impossibilidade de existir qualquer mudança, mas antes, a permanência da substância, atenta a sua indestrutibilidade.




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