O PENSADOR

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RODIN

domingo, 18 de janeiro de 2015

SCHOPENHAUER - PESSIMISMO - A VONTADE É SUPERIOR AO PENSAMENTO




Schopenhauer é um pessimista – ao contrário da quase totalidade dos filósofos –, que afirma ter sido influenciado por Kant, por Platão e pelos Upanishades. Filósofo com aversão ao cristianismo, deu preferência às religiões orientais, fundamentalmente ao Hinduísmo e ao Budismo.
Não tinha grande apreço por Hegel e procurou destruir os princípios da sua filosofia. Mas tal como Hegel, pode ser considerado ateu, só que este, deve ser considerado um ateu optimista.
Os dois pontos fulcrais da filosofia de Schopenhauer, são o pessimismo e a tese de que a vontade é manifestamente superior ao pensamento.

Algumas obras:

O Mundo como Vontade e Representação – O mundo tal como o percepcionamos é nossa representação, sem realidade em si mesmo. Mas, a vontade é o conhecimento a priori do corpo e o corpo o conhecimento a posteriori da vontade – o corpo é a objectividade da vontade.

Aforismos sobre a sabedoria na Vida – Fazem parte da obra Parerga e Paralipomena. Obra repleta de excelentes meditações e análises brilhantes.

Parerga e Paralipomena – que significa suplementos e omissões, é a reunião de vários ensaios.
Foi por intermédio destes escritos que o filósofo atingiu a fama, e não como preconizara, pela sua obra de referência, O Mundo como Vontade e Representação.

Da Quádrupla Raiz do Princípio da Razão Suficiente

Ensaio sobre o Livre arbítrio

O Fundamento da Moral

Deu uma grande importância à sua obra O Mundo como Vontade e Representação, tanta, que chegou a afirmar que alguns dos parágrafos derivavam directamente do Espírito Santo. No entanto, não teve a mesma divulgação e a fama que tão ardentemente aspirava.

Apesar de influenciado por Kant, identifica a coisa-em-si, com a vontade. A sua vontade é una e está para além do tempo; identifica-se com a do universo. O seu pensamento poderia conduzir a uma identificação desta vontade com Deus – aproximando-se da especulação de Espinoza relativa ao panteísmo, em que a virtude é o reflexo da conformidade da vontade humana com a vontade divina. Mas o filósofo é pessimista e esta vontade cósmica é maléfica, perversa, causa do padecimento humano – a vontade na natureza manifesta-se pelo instinto de sobrevivência. Assim, quanto menos exercitarmos a moral, menos padeceremos.

Considerava o Budismo a religião mais elevada – já o Islamismo afigurava-se-lhe odioso – e o Nirvana – a extinção no sentido específico que lhe atribui – o melhor de todos os mitos. O santo deve buscar a não-existência, mas não pelo suicídio. O homem deve dedicar-se ao ascetismo, mas não com o intuito de atingir Deus – o bem que busca, não é assim positivo, mas negativo.

A vida é sofrimento; os desejos são fonte de dor. Quanto maior o conhecimento humano, mais se sofre. O próprio amor é uma ilusão, que reduzido à sua causa primeira, reflecte única e exclusivamente a vontade de sobreviver por intermédio da procriação.

Define a estética como imersão integral na contemplação da beleza.

Defende a existência de uma ética estruturada na compaixão e na abstenção do indivíduo, entendida como negação de si – esta negação prosseguiria a neutralização da detestável vontade.

Embora pela morte se atinja o termo, continuamos a ocupar-nos com futilidades, como quem sopra até aos seus limites, uma bola de sabão, sabendo que a mesma acabará por rebentar. 




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