O PENSADOR

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RODIN

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

PLOTINO - O NEOPLATONISMO - O MÍSTICO




Podemos considerá-lo o último dos grandes filósofos da antiguidade.

Fundador do neoplatonismo – última manifestação do platonismo no mundo antigo –, nasceu no Egipto em 203 ou 204 d.C. e faleceu em 270. Há autores que referem Ammonius Saccas como seu fundador, e não Plotino. Terá estudado o pensamento oriental.

No ano de 244, abriu em Roma uma escola que teve um enorme êxito, tendo tido como auditor, entre outros, o imperador Galiano.

A sua obra principal é As Enéadas, escrita em Roma e editada por Porfírio. Obra de referência da filosofia antiga. Nesta, é abordado o problema de Deus, sua natureza, da criação, do mundo físico e do homem.
Influenciou quer pagãos quer cristãos. Santo Agostinho foi um dos grandes filósofos que a estudou meticulosamente e com base nela estruturou em parte o seu sistema.

A metafísica de Plotino, também é uma trindade como no cristianismo, mas com valorações diferentes: primeiro o Uno, depois o Nous – que é identificado com o Espírito por uns e com o Intelecto por outros – e por fim a Alma.

A transcendência de Deus é levada até aos seus limites. O nome que lhe deve ser atribuído é o de Uno, causa de todas as coisas, por demonstrar inequivocamente a diferença existente com tudo o que vem depois dele.
O Uno exclui o múltiplo. Ele é o Bem. É o que É. Incognoscível, apenas isso, porque tudo transcende, ignorando mesmo a criação.

Plotino é politeísta: “Não restringir a divindade a um único ser, fazê-la ver multíplice como ela própria se manifesta, eis o que significa conhecer o poder da divindade, capaz, ainda que permanecendo aquele que é, de criar uma multiplicidade de deuses que se ligam com ele, existem para ele, e vêm dele”.

Deus não cria. Está imóvel no centro da criação. Do Uno emanam sucessivamente, com sensível e progressiva diminuição da perfeição, o Intelecto ou Espírito – a sua imagem mais próxima, a luz pela qual este se vê a si mesmo –, a Alma do mundo – que procede do Intelecto, elemento criador de onde provêm todas as coisas – e as almas singulares – que são parte da Alma do mundo.

A alma tem o momento certo para ser incorporada no corpo e não tem a forma deste. Porque é essência, é eterna. Se pecou durante a sua existência, entrará num outro e sofrerá a punição adequada ao mal cometido. Irá esquecendo tudo o que se passou nas suas múltiplas vidas, até que pela purificação se reuna ao Nous, mas mantendo a sua identidade – Nous e alma serão em simultâneo, dois e um.

É pelo retorno a si próprio, que o homem regressa a Deus. Libertando-se das exigências do corpo e purificando-se por intermédio da virtude, com o auxílio da música, do amor e da filosofia, a alma encontra o seu Amado.

Na música não se deve bastar com os sons sensíveis, mas atingir pela melodia e pela harmonia a suprema beleza. Pelo amor, caminhando da contemplação da beleza corpórea, erguer-se-á até à da incorpórea, que é a imagem do Bem, ou seja, a de Deus. Da filosofia terá de tomar em consideração as suas limitações: no pensamento existe a dualidade pensador e objecto do pensamento, observador e observado, enquanto que na visão divina esta dualidade está excluída. Assim, não será certamente pela inteligência que Deus será alcançado.

Plotino teve várias experiências místicas, em que se alheava do próprio corpo e entrava em comunhão com a ordem mais elevada.





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