O PENSADOR

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RODIN

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PITÁGORAS DE SAMOS - IMORTALIDADE DA ALMA E TRANSMIGRAÇÃO




Séculos VI – V a.C.

Pitágoras, discípulo de Ferecides de Siros, deverá ser englobado na Escola Itálica. Talvez tenha também sido discípulo de Anaximandro e viveu por volta de 532 a.C. É uma personagem enigmática, mítica, a quem foram atribuídos poderes miraculosos. Como S. Francisco, pregava aos animais, já que “todas as coisas vivas devem tratar-se como aparentadas”. Era considerado pelos seus discípulos como um semideus.

Não sabemos se escreveu alguma obra. No entanto, há uma doutrina que lhe é unanimemente reconhecida: a imortalidade da alma e sua transmigração para outros seres. Dicaiarcos afirma que Pitágoras foi o primeiro a ensinar que “a alma é imortal e se transforma em outras espécies de seres vivos”.
Os seus ensinamentos estarão reunidos num poema denominado Os Versos de Ouro, datado do século IV, ainda que de forma muito incompleta.

A matemática enquanto demonstração dedutiva, inicia-se com Pitágoras. A vida é um jogo de números.
Bertrand Russel considera-o um dos homens mais importantes de sempre.
Foi fundador de uma religião onde se afirmava a transmigração das almas e a proibição de comer favas. Eis alguns preceitos da sua religião:
- Não comer favas;
- Não apanhar o que caiu;
- Não tocar num galo branco;
- Não partir pão;
- Não passar sobre uma tranca;
- Não comer o coração;
- Não passar em estradas.

Algumas das doutrinas que lhe foram atribuídas tiveram uma divulgação quase universal:
- a alma é imortal;
- a alma transforma-se em outros seres;
- os fenómenos naturais são cíclicos; 
- não existe nada de novo na terra;
- tudo se parece.

Segundo Pitágoras, “somos estrangeiros no mundo; o corpo é o túmulo da alma, mas não devemos fugir pelo suicídio; porque nós somos bens de Deus, nosso pastor, e sem sua ordem não temos o direito de nos evadirmos. Na vida há três espécies de homens, exactamente como nos jogos olímpicos. A classe inferior é a dos que vêm comprar e vender; a seguinte, a dos competidores; e, acima de todos, os que simplesmente vêem. A maior purificação é portanto a ciência desinteressada, e o homem que mais se lhe dedica, o verdadeiro filósofo, é quem mais se liberta da roda dos nascimentos”.

Para os pitagóricos a matemática exprimia a verdade. O número 10 é o número autêntico. A sua energia depende do número 4: se partirmos do número 1 e somarmos os números até ao 4, obtemos o 10 – 1+2+3+4.
Russel, crê ser a matemática a principal fonte da crença na verdade eterna e exacta e num mundo inteligível supra-sensível. Matemática e teologia, numa combinação profícua, tiveram o seu começo com Pitágoras e influenciaram as filosofias religiosas da Grécia, da Idade Média e da Moderna, até ao aparecimento de Kant.

Algumas das regras de oiro estabelecidas por Pitágoras:
- Presta culto aos deuses conforme o grau de divindade que lhes é atribuído;
- Cumpre a tua palavra;
- Honra pai e mãe e parentes de sangue;
- Domina o desejo, o sono, as paixões e a ira;
- Evita as acções pecaminosas, estejas só, estejas acompanhado;
- Cultiva o respeito por ti próprio;
- Exercita a prática da justiça;
- Pensa antes de fazer seja o que for, evitando acções fúteis;
- Procura ser saudável;
- Examina a tua consciência diariamente;
- Cumpre tudo isto (...) e terás fugido à lei da morte!

No que ao mundo respeita, os pitagóricos admitiam no seu centro, a mãe dos deuses, um fogo central donde derivaram todos os astros.




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