O PENSADOR

O PENSADOR
RODIN

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O MUNDO E A REALIDADE




Julgamos não saber como o mundo é em si. A realidade, tal como surge aos nossos sentidos, talvez não seja a verdadeira realidade, mas a representação que se produz no nosso cérebro, como teia de aranha compacta que nos permite aperceber dos seus distorcidos reflexos. Com isto, não afirmamos que o mundo é pura ilusão, que esconde um puro nada ou que o “eu” é a fonte de toda a realidade, extinguindo-se esta com a aniquilação daquele, ou ainda, que é uma ideia pura. 
Podemos não confiar nos nossos sentidos. O mesmo se diga da razão, já que não descortinamos forma desta se fundamentar a si própria, a menos que usemos a acrobacia do homem que atolado num pântano saiu do mesmo puxando-se pelas suas tranças. Podemos não acreditar em Deus. Podemos acreditar nesse ente supremo, nem que seja por motivos meramente pragmáticos, em virtude da fé numa crença de esperança permitir uma vida mais suportável. Podemos defender que o mundo existe por necessidade ou que não sendo necessário, é o melhor dos mundos possíveis na concepção de Deus. 
No entanto, a natureza manifesta-se sob uma infinidade de formas e na mutação constante dos entes. Provavelmente, por trás dessa multiplicidade e mutabilidade, esconde-se um fundo último e imutável, como a tela do cinema onde projectamos imagens. Se assim for, é praticamente impossível distinguir a aparência da realidade a menos que possamos penetrar na infinitude do Ser real, que mais não é do que a nossa Mente.
Quem a conhece, no estado de plena liberdade, sem o cérebro e o seu conteúdo, conhece tudo o que há para conhecer. E é ela, que eu busco sem buscar.




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