O PENSADOR

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RODIN

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ANAXIMANDRO DE MILETO - NO INFINITO HÁ SEMPRE LUGAR




Séc. VI a.C.

Anaximandro, da Escola Jónica, da família de Tales, foi seu discípulo e sucessor. Teria 64 anos em 546 a.C. Há quem refira que nasceu em 610 a.C., e que faleceu em 547.

Na sequência das investigações físicas encetadas por Tales, descobriu o equinócio, o solstício e os quadrantes relativos às horas, introduzindo os princípios do relógio de sol.

É o primeiro autor conhecido de escritos filosóficos da Grécia antiga. A sua obra, denominada Acerca da Natureza, é extraordinariamente interessante na audácia das teses cosmológicas.

Para Anaximandro, a terra tem a forma cilíndrica e é um astro que se encontra no centro do nosso mundo – porquanto muitos outros nos circundam –, não sendo arrastada para qualquer dos seus lados em virtude de se encontrar equidistante. 

Tudo deriva de uma substância prima, infinita e eterna – apeiron – que contém em si todos os mundos. Essa substância prima, não pode ser qualquer um dos elementos conhecidos, porquanto se um o fosse, conquistaria e destruiria os restantes. Todas as coisas provêm do apeirono que não tem limites, o infinito – e todas retornam ao apeiron. Neste particular, lembra-nos Einstein, que afirmou a impossibilidade da matéria ser criada ou destruída.

“A origem dos seres é o infinito, no qual tudo se gera e tudo se dissipa, de onde já ter havido um número inestimável de mundos gerados e corruptos pelo retorno à origem. Expôs as causas segundo as quais o princípio é o infinito, dizendo que a razão da origem não conhece nenhuma carência; mas não esclareceu se esse infinito é o ar, a água, a terra ou outro elemento.” (Aécio)
O infinito é o princípio – ao que os seus predecessores denominavam substância única, chamou princípio – que tudo abarca. Os seus atributos concedem-lhe o estatuto de divindade: indestrutível e por conseguinte, imortal. Se infinito, é ilimitado e, este, é eterno. Ilimitado, indestrutível, eterno, é matéria, mas matéria em que os mais variados elementos estão ainda indiferenciados. Princípio infinito e indefinido.

Pelo processo de separação decorrente do movimento incessante da matéria infinita geram-se mundos finitos – não há nada que o infinito não comporte – que se sucedem ininterruptamente. Não podemos dizer que Anaximandro previu, não a criação dos mundos, mas antes a sua evolução. O próprio homem provém de espécies diversas da nossa.




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