O PENSADOR

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RODIN

domingo, 30 de junho de 2024

O FIM DA HUMANIDADE II



ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS


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Se o planeta Terra tivesse consciência e poder, já há muito teria exterminado uma espécie mesquinha, presunçosa, gananciosa, avara e destrutiva: a do Homo sapiens, que de sapiens nada tem.


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Em 20 de Abril de 2022 editámos o artigo “O FIM DA HUMANIDADE - EXTINÇÃO EM MASSA DO ANTROPOCENO - A SEXTA EXTINÇÃO EM MASSA”.


Editámos mais dois ou três artigos no nosso blogue principal.


Este artigo intenta complementar o primeiro artigo mencionado com os últimos dados disponíveis referentes às alterações climáticas entre Abril de 2022 e Junho de 2024.

Tentámos ser o mais sintéticos possível; talvez estejamos a pecar por defeito. No entanto, julgamos que a leitura deste implica para a sua compreensão a do que editámos em 20 de Abril de 2022 e de alguns outros constantes desse blogue, suprindo-se assim a mencionada deficiência.


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A temperatura de Fevereiro de 2024 foi de 1,76°C acima de 1885-1915, e potencialmente 2,75°C acima da temperatura pré-industrial. 


A temperatura no mês de Abril de 2024 é 1,32°C superior à de 1951-1980. As anomalias locais chegaram a atingir os 6,2°C.


A temperatura nos Trópicos (23,5°S-23,5°N, 0-360°E) atingiu um novo recorde máximo em 23 de Abril de 2024 de 26,925°C.


A temperatura nos Trópicos atingiu um novo recorde no dia 24 de abril de 2024: 27ºC.


A temperatura da superfície do mar foi de 21,2°C em 24 de abril de 2024, atingindo mais um recorde.


O “Scripps Institution of Oceanography”, referiu uma média diária de dióxido de carbono em Mauna Loa, Havai, de 428,63 partes por milhão (ppm) em 26 de Abril de 2024, média diária mais elevada registada na dita localização.

Para além do dióxido de carbono e do metano estarem a aumentar teremos também de referir o aumento do óxido nitroso.


A temperatura da superfície do mar do Atlântico Norte foi de 21,4°C em princípios de Maio de 2024.


No Estreito de Bering, em 12 de Junho de 2024, as temperaturas subiram até 12,5ºC.


Em 13 de Junho de 2024, temperaturas muito altas em terra ao redor do Oceano Ártico, acima de 20°C no Alasca, nalgumas partes da Sibéria e na Groenlândia.


Em 17 de Junho de 2024 foi atingida no Hemisfério Norte uma temperatura de 21,1ºC. 


Em 24 de Junho de 2024, no Estreito de Bering, as temperaturas chegaram a atingir os 16ºC.


A temperatura poderá ultrapassar os 3°C acima da temperatura pré-industrial ainda este ano (2024)?

Este ano de 2024, as temperaturas estão excessivamente elevadas, particularmente no Golfo do México e no Atlântico Norte. 

Não cremos que seja neste ano que os 3ºC sejam ultrapassados, mas tudo aponta que tal fenómeno possa ocorrer até finais de 2026.


As temperaturas muito elevadas que temos estado a constatar não serão consequência do El Niño.

As temperaturas recorde da superfície do mar são atingidas à medida que o El Niño enfraqueceu, o que sugere a existência de retroalimentações poderosas.

Resta-nos, pois, a hipótese dos “feedbacks”, tal como o aumento de vapor de água na atmosfera - que é um potente gás com efeito de estufa - por via dos aumentos globais da temperatura.

Os “feedbacks” prendem-se com todas as anomalias climáticas que estão a ocorrer e que já mencionámos noutros artigos, nomeadamente o aumento da estratificação dos mares, a perda do gelo marinho, a perda do poder da reflexão das nuvens, o aumento da água doce por via do degelo marinho e devido a mudanças na circulação oceânica. 

Provavelmente serão estes alguns dos principais “feedbacks” causadores do aumento de temperatura. 


O Árctico é a região mais fustigada pelo aumento de temperatura como consequência das elevadas temperaturas do Atlântico Norte, estando o gelo a diminuir na sua espessura, porquanto está a sofrer a influência do aumento da temperatura do mar. 

Por outro lado, uma parte do gelo mais espesso encontra-se na costa da Groenlândia e já está a derreter, esperando-se que com o aumento da temperatura continue a diminuir. 

O gelo pode ter ainda uma extensão considerável, mas esconde uma realidade preocupante: está a diminuir de volume. 

Prevemos que nos próximos meses haja uma redução considerável de gelo marinho.

Pode ocorrer que os ventos no percurso da Corrente do Golfo e às extensões desta corrente para o Oceano Ártico, grandes quantidades de calor oceânico sejam bruscamente impelidas para o Oceano Ártico.


Com o degelo, com o gelo menos espesso e com o aumento da temperatura do oceano pode haver uma grande libertação do metano existente no fundo do Mar Árctico.


As altas temperaturas nos trópicos estão a causar prejuízos significativos, perdas de vidas de pessoas e animais, gado e vida selvagem, repercutindo-se na produção agrícola e num verdadeiro colapso de ecossistemas não só nos ditos trópicos, mas também noutros locais do planeta.

Há um aumento substancial de furacões e da sua capacidade destruidora.


Um estudo refere que o “permafrost” terrestre do Ártico está a emitir mais gases com efeito de estufa do que armazena. 

As maiores emissões de dióxido de carbono durante o período compreendido entre o ano 2000 e o ano 2020 tiveram a sua origem em rios e em incêndios florestais. 

As zonas húmidas, que não-permafrost, emitiram mais metano e a tundra seca expeliu mais óxido nitroso.


O ponto de inflexão das nuvens poderá ser superado antes de 2060, tendo também em conta o aumento significativo de metano – registado mensalmente em Mauna Loua perto das 2000 ppb.

Uma concentração de metano de 2.000 ppb equivale a 400 ppm de dióxido de carbono. 

Se adicionarmos a este valor 428 ppm teremos um total de 828 ppm.

Estaremos a 371 ppm do ponto de inflexão das nuvens, que ocorrerá a 1200 ppm de dióxido de carbono. Estes 371,37 ppm poderiam derivar de uma explosão de metano no fundo do mar.

A ocorrer, à temperatura global poderiam acrescer 8ºC., muito antes de 2060. Seria o fim… 


Um estudo de 2018, de Strona e Bradshaw, conclui que a maior parte das espécies na Terra acabará por desaparecer com um aumento de 5°C. 

Os seres humanos, dependentes como são de muitos espécies vegetais e animais, podem ser extintos com um aumento de 3°C.


A temperatura vai continuar a aumentar.

Como anota Sam Carana, La Niña pode se desenvolver-se durante os meses de Julho a Setembro de 2024. 

Uma combinação de “feedbacks” e sua interação, incluindo os “feedbacks” de vapor de água, deformação da corrente de jato, perda de albedo e perda de calor latente, pode motivar a continuação de altas temperaturas mesmo durante a La Niña. 

A tudo isto acresce que um novo El Niño poderá vir a manifestar-se em 2025 e predominar em 2026. 


Por outras palavras, podemos avançar para o próximo El Niño, enquanto o aumento da temperatura continua a aumentar, enquanto o efeito de mascaramento dos aerossóis   é mais reduzido e enquanto as manchas solares se dirigem para um pico previsto para Julho de 2025.  


Estamos a assistir a um omnicídio planetário sem retorno.



https://gaia-o-fim-da-humanidade.blogspot.com/


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