O PENSADOR

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RODIN

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PROTÁGORAS DE ABDERA - A BREVIDADE DA VIDA HUMANA E A OBSCURIDADE DO ASSUNTO IMPEDEM-NOS DE FALAR DE DEUS




Séc. V a.C.

Terá nascido em Abdera no ano de 485 a.C. e falecido em 410. Era familiar de Péricles. 
Protágoras, discípulo de Demócrito, viajou muito e foi um dos sofistas – os sofistas ensinavam a troco de dinheiro –, tal como Górgias e Pródico de Ceos. Os sofistas ensinavam aos jovens coisas úteis para a vida prática, mormente a arte de discursar em tribunal.

São muito poucos os fragmentos da obra de Protágoras. No entanto, para o conhecimento da sua especulação, poderemos sempre contar com o testemunho de Platão.

Conta-se que Protágoras ensinou um jovem com a condição de ser pago caso este ganhasse o seu primeiro litígio. Ora, foi o próprio Protágoras que lhe moveu uma acção para poder ser ressarcido do montante estipulado para ensinar o dito discípulo...

Terá sido o primeiro a sustentar que um orador pode efectuar dois discursos perfeitamente contraditórios sobre o mesmo tema, método que utilizou.

O homem é a medida de todas as coisas, das que existem e das que estão na sua natureza, das que não existem e da explicação da sua inexistência.

Escreveu um livro, com o título, Dos Deuses, dizendo nada poder afirmar relativamente a tal questão. Nem afirmar nem negar a sua existência ou a sua forma, em virtude de muitos serem os impedimentos, entre eles se contando, quer a obscuridade do assunto quer a brevidade da vida humana.
Esta sua indiferença para com os deuses, que deveriam ser olvidados, atenta a nossa incapacidade para atingir quer a sua existência quer a sua essência, fez com que fosse condenado à morte por impiedade, acabando por fugir de Atenas.




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