O PENSADOR

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RODIN

sábado, 17 de janeiro de 2015

NICOLAU DE CUSA - A DOUTA IGNORÂNCIA





Nicolau Krebs nasceu em Cusa no ano de 1401. É uma das mais importantes personalidades filosóficas do século XIV, renovador do pensamento platónico na época do Renascimento.
Doutor da Universidade de Pádua em 1424, participa no Concílio de Basileia em 1431. Representou o papa no Oriente em 1437 e na Alemanha de 1438 a 1448. Cardeal, acabou por residir em Roma.

A Douta Ignorância é o resultado de uma visão reveladora de cariz teológico, que Nicolau teve numa noite do mês de Novembro do ano de 1437.
Deus não tem atributo e escapa a tudo com que o queiramos relacionar. Assim, pela negação, resta-nos a ignorância consciente, que pela pacificação da mente permitirá a nossa ascensão e união mística à divindade.

Reconhece a sua ignorância, chamando-lhe “douta ignorância”, única atitude possível perante Deus.

Deus é o Ser, a perfeição das perfeições, algo cuja grandeza não poderá nunca ser ultrapassada. Deus é o infinito. O que é finito não pode aceder ao infinito. Quando sei que não conheço Deus, quando sei que não sei quem é Deus, estou em contacto com o fundamento do meu conhecimento.
Deus é a essência do mundo e está nele, na sua unidade, mas não nas coisas.

Será possível encontrar Deus? Nicolau responde: “Sê teu e serei teu”. O homem deve reconhecer a absoluta transcendência do divino, a sua infinitude, bem como a sua própria finitude e ignorância, aceitando quer uma quer a outra.

Não entende, como Aristóteles, a perfeição da substância celeste e a imperfeição do mundo sublunar. Antes, tal como Occam, admite que nenhuma parte do mundo é absolutamente perfeita, já que esta perfeição apenas a Deus pertence.

O mundo não tem centro, nem circunferência. Só Deus é tanto um quanto a outra, no sentido de que o Universo nele se recolhe. A Terra não é o centro do mundo e, como consequência de tal facto, movimenta-se de forma circular – apesar do seu movimento não ser perfeitamente circular.




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