O PENSADOR

O PENSADOR
RODIN

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

MARCO AURÉLIO - O FILÓSOFO IMPERADOR





Nasceu em 121 d.C. e faleceu de peste nas margens do Danúbio, no ano 180. O imperador Antonino Pio era seu tio e padrasto, tendo-o adoptado. Praticou a “vida” estóica. 

A obra Pensamentos, foi certamente escrita para si próprio. Por tal motivo, também a encontramos com a denominação Pensamentos para Mim Próprio. É o resultado da consciência do Imperador, que se interessa quase que exclusivamente pela moral. Os seus pensamentos podem considerar-se um verdadeiro guia do estoicismo – e talvez de parte do pensamento ocidental.

Marco Aurélio mais do que um imperador que se interessava pela filosofia, era um filósofo que exercia as funções de imperador. Considerou uma graça divina o facto de se ter apaixonado pela filosofia, mas não caindo na alçada dos ensinamentos de um qualquer sofista, nem perdendo o seu tempo a examinar autores ou a “embasbacar-se” com a física celeste.

Conheceu as obras de Epicteto por intermédio de Rústico, que as possuía na sua biblioteca.

Como Séneca e Epicteto, Marco julga que o filósofo se deve retirar para dentro de si, meditando interiormente. “Olha para dentro de ti: dentro de ti está a fonte do bem, sempre capaz de brotar, se souberes sempre escavar em ti próprio.” O homem deve buscar a divindade que nele habita, em vez de se distrair em vãs pesquisas e actividades.

Acredita na existência de Deus pelos sinais do seu poder, o que o leva a venerá-lo.

A harmonia do universo nasce da obediência à vontade por Deus manifestada. Nas obras dos deuses, que são inteligência, resplandece uma providência e tudo o que acontece é por força da necessidade, contribuindo para o bem geral do universo.

As coisas da carne, que nada mais é do que barro, sangue, veias, artérias, ossos e um fino reticulado de nervos, devem ser desprezadas como se estivéssemos para morrer neste preciso momento.

A morte não é a perda nem do passado, nem do futuro – ninguém pode perder o que já não possui e o que não sabe se possuirá –, mas do presente. Quer o nascimento quer a morte são mistérios da natureza.
Despedirmo-nos dos homens pela morte, desde que os deuses existam, nada tem de aterrador, e se não existirem, de que modo pode ao homem interessar um mundo sem providência? Mas, Marco julga que os deuses existem e que velam pelas coisas humanas.
Se dissiparmos os fantasmas que ensombram a morte, ela é tão-somente uma obra da natureza, e obras da natureza apenas são temidas pelas crianças.

Ao corpo pertencem as sensações, à inteligência os princípios, e à alma os instintos. No entanto, a alma impregna-se de ideias. Consoante estas sejam, assim ela será. Deus vê as almas despojadas dos seus invólucros materiais.
A alma liberta-se do corpo com a morte. Libertas do corpo sobem aos ares, para depois de algum tempo se fundirem na razão universal generatriz, permitindo que outras ocupem o seu lugar. 
Parece ter dúvidas quanto à imortalidade, quando se refere a que alma espera ou extinguir-se ou ser transferida para algures.





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