O PENSADOR

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RODIN

domingo, 18 de janeiro de 2015

LEIBNIZ - TEODICEIA - PORQUE EXISTE ALGUMA COISA EM VEZ DE NADA?




Gotfried Leibniz nasceu em Leipzig no ano de 1646. Faleceu em 1716. Defendeu uma tese de filosofia em 1663 e em 1666, uma de direito.

Algumas obras:

Confessio Philosophi – É uma profissão de fé do filósofo. Leibniz, interroga-se sobre a vontade divina, a existência do mal e do bem, do pecado.

Discurso de Metafísica – Pretende explicar a Criação como acto de Deus.

Da Origem Radical das Coisas – No Universo há ordem e Deus é o princípio de tudo, a razão da nossa existência. Na sua essência, existe uma pretensão de ser, que faz com que o mundo exista.

Ensaios de Teodiceia sobre a Bondade de Deus, a Liberdade do Homem e a Origem do Mal – A Teodiceia – nova palavra do vocabulário filosófico – é a tentativa de isentar Deus dos muitos males do mundo. Deus é inocente (Platão) e criou o melhor dos mundos possíveis.

Princípios da Natureza e da Graça Fundados na Razão – Síntese de toda a filosofia de Leibniz, nos domínios da metafísica, física e moral.

Monadologia – É a obra mais importante da metafísica de Leibniz. De leitura obrigatória.

Novos Ensaios Sobre o Entendimento Humano – Trata-se de uma crítica ao Ensaio sobre o Entendimento Humano, de Locke.
Discute, nomeadamente, a doutrina da alma como “tábua rasa”, aproximando-se dos conceitos platónicos, obviamente negando a doutrina de Locke. O Livro I é dedicado às noções inatas, o II trata das ideias, o III das palavras – ou nomes das ideias – e o IV do conhecimento.
Leibniz criticou com veemência o empirismo de Locke. Ao conceito de tabula rasa, respondia que “não existe nada no entendimento que precede os sentidos, a não ser o próprio entendimento”.

Descartes admitiu três substâncias: Deus, espírito e matéria. Espinoza admitiu Deus e Leibniz um número infinito a que chamou mónadas.

O seu interesse fundamental objectivou-se na matemática e na física. Descobriu independentemente de Newton – este com dez anos de antecedência – o cálculo integral.

Estabeleceu quatro argumentos para demonstrar a existência de Deus: o ontológico, o cosmológico, o das verdades eternas e o da harmonia preestabelecida.
- Ontológico – Podemos conceber um Ser maximamente perfeito. De onde se segue que existe, porque a existência está entre o número das perfeições;
- Cosmológico – Argumento da causa primeira. Se toda a coisa finita tem uma causa, não poderá manter-se uma sucessão infinita de causas. Haverá assim, uma causa sem causa, que é Deus. Em Leibniz, como tudo tem de ter uma razão suficiente, a do Universo será Deus;
- Das verdades eternas – As proposições que respeitam à essência e não à existência, ou são sempre verdadeiras ou nunca o são. As que são sempre verdadeiras, são indubitavelmente verdades eternas;
- Da harmonia preestabelecida – Pressupõe a aceitação das mónadas. Se os relógios marcam de forma igual o tempo sem intervenção causal, deverá existir uma causa que os regula do exterior. 

O Deus de Leibniz é um Ser absolutamente perfeito, de amor ilimitado. A sua essência contém a existência, pelo que “a possibilidade é suficiente para produzir realidade”. O procedimento de Deus não contraria os imperativos lógicos.

O pensamento de Leibniz está enformado pela ordem, tecida de forma espontânea e livre – não necessária –, considerando que no mundo nada acontece de modo absolutamente irregular. Daqui decorre, que Deus, ao criar o mundo, podendo optar por uma forma ou por outra, sempre este estaria regulado por uma ordem de carácter geral. Não obstante, Deus, entre as várias ordens possíveis, fez a escolha mais perfeita – ou seja, a mais simples e mais rica de fenómenos. Assim, podendo criar uma infinidade de mundos, criou através de escolha incondicionalmente livre, o melhor. 

Deus é a causa livre do Universo. Daí a mais complexa das questões metafísicas: porque existe algo em vez de nada?

Deus, primeira razão das coisas, é um Ser necessário, perfeito, imbuído de amor infinito. Por via deste amor, criou como já se disse, o melhor mundo que poderia ter criado. 

Leibniz, distingue a vontade antecedente de Deus, da consequente, querendo a primeira o bem em si e a segunda o melhor.

O pecado, ao fazer parte da vida, é permitido por Deus. Mas, não é por o permitir que é a sua causa ou o responsável pela sua existência.

A alma é a mónada – vide Monadologia – que tem percepções distintas, acompanhadas de memória.




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