O PENSADOR

O PENSADOR
RODIN

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

EPICTETO - O ESCRAVO FILÓSOFO





Nasceu por volta do ano 50 da era de Cristo, talvez no ano 60 e terá falecido pelo ano 100. De nacionalidade grega, foi escravo, alforriado por Nero, acabando por ser seu ministro. Ensinou em Roma até ao ano 90. As suas doutrinas assemelham-se às de Séneca, ou melhor, as de Séneca assemelham-se às suas, e os seus pensamentos são simples e plenos de sinceridade. 

Nada escreveu. 
As Conversas, terão sido lições orais do filósofo, que Flávio Arriano, seu discípulo, transcreveu.
A obra que conhecemos como Manual, constitui um resumo dos seus ensinamentos, também provavelmente coligidos por Flavius Arrianus. É um conjunto de 53 máximas estreitamente ligadas à vida. Simplício (séc. VI) escreveu acerca desta obra: “é um punhal que é preciso ter sempre ao alcance e de que aqueles que querem viver bem se devem sempre servir.”

Distingue as coisas que de nós dependem – actos e obras do nosso foro íntimo –, das que de nós não dependem – v.g., corpo, riqueza, celebridade. É sabedoria dominar as primeiras e não nos apoquentarmos com as segundas. A impassibilidade é meta a atingir pelo filósofo, mas não é tarefa isenta de espinhos.

Deus é o nosso pai, e está no nosso interior, na nossa alma. Por tal motivo, por muito sós que estejamos, temos sempre Deus connosco, o que afasta toda e qualquer solidão. 

A maior devoção para com os deuses, é ter sobre eles juízos de clareza. Eles existem e tudo governam com sabedoria e justiça. Devemos obedecer-lhes aceitando tudo o que acontece, na convicção de tudo o que por eles foi feito o foi da melhor forma possível.

Um homem sente-se seguro se for familiar do próprio Imperador. Não se sentirá em muito maior segurança, sendo parente de Deus?

Se Deus é o pai, então a vida é um dom concedido por esse ser.

Na Terra somos prisioneiros de um corpo terrestre. Todo o ente possuidor de uma alma, tende a desviar-se naturalmente do mal. O que avalia os seus desejos e aversões, torna-se piedoso.

O que nos perturba não são realmente as coisas, mas os juízos que formulamos sobre elas. A morte não é temível, mas no juízo que dela fazemos, considerando-a temível, é que reside o seu aspecto terrível. O homem deve estar preparado para que a alma parta tranquila, como tranquilo e sereno é o que o liberta.





Sem comentários:

Enviar um comentário