O PENSADOR

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RODIN

sábado, 17 de janeiro de 2015

BOÉCIO - O ÚLTIMO DOS FILÓSOFOS ANTIGOS E O PRIMEIRO DOS MEDIEVAIS



Nasceu em 480, em Roma. Faleceu em 524.
Patrício, foi conselheiro de Teodorico.
Podemos considerá-lo o último dos filósofos antigos e o primeiro dos medievais.

Traduziu inúmeras obras dos filósofos antigos, directamente do grego – nomeadamente de Aristóteles – e escreveu tratados sobre lógica, matemática, música e astronomia. No entanto, a sua obra principal, Da Consolação da Filosofia, escrita na prisão, num período em que foi torturado – foi preso, submetido à tortura e executado por ordem de Teodoro, enquanto seu ministro, por suspeita de traição –, é a mais conhecida e afamada. Nela questiona a sua própria fé em Cristo, ao constatar a existência de um Deus que permite o sofrimento atroz dos que abraçam o bem, e em impensável contrapartida, a alegria e prosperidade dos iníquos. Debruça-se também sobre o livre-arbítrio e sobre o problema do mal. Nela, dialoga com a filosofia – que apresenta sob a forma de uma esplendorosa mulher – lamentando-se da sua sorte. No entanto, acaba por admitir que a felicidade é o bem soberano guiado pela razão, de nada valendo as honrarias e os bens materiais. O soberano bem reside no soberano Deus, que aparentemente concede benefícios aos maus, descurando e maltratando os virtuosos.

Deus é para Boécio um ser pessoal. É o Ser em si. A substância divina é forma sem matéria. Deste modo, é unidade. É o bem supremo, que em si encerra todos os outros bens. É eterno – aqui entendido como fora do tempo – e o mundo sempiterno – apesar de não ter tido princípio nem ter fim, vive no seio do tempo.

A felicidade consiste em Deus, origem de todas as coisas, já que nada é em todos os sentidos mais excelente do que ele.




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