O PENSADOR

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RODIN

domingo, 18 de janeiro de 2015

BERKELEY - RENUNCIA À ILUSÃO DA MATÉRIA MAS NÃO DESTRÓI O MUNDO - DEUS




Jorge Berkeley, empirista, nasceu em 1685. Estuda no colégio de Kilkenny, e depois no Trinity College da cidade de Dublin, onde foi nomeado fellow em 1707. A partir desta altura – como atesta o seu diário –, já está na posse das ideias mestras da sua filosofia.


Algumas obras:

Tratado dos Princípios do Conhecimento Humano – É uma crítica à linguagem e às ideias abstractas produzidas pela filosofia. Não há realidade que independa do espírito que a percepciona. Berkeley é um imaterialista.

Três Diálogos entre Hilas e Filonous – Berkeley procura nesta obra sintetizar toda a sua doutrina, sistematizando-a. Intenta demonstrar que renunciando à ilusão da matéria – ou seja, à existência de uma substância material que é independente da mente que a percepciona – não “destrói” o mundo e as suas inerentes qualidades.

Alciphron ou o Pense-Menu – Aqui, desfere um ataque cerrado contra os filósofos materialistas e que negam a existência de Deus.

Foi o primeiro filósofo que evidenciou o facto, ou melhor, a hipótese, de que os objectos imediatos dos nossos sentidos não têm existência independente do observador. Observando o mesmo objecto, Berkeley não nega a sua existência, mas vai reduzi-lo a uma ideia no espírito de Deus. Já Leibniz, afirma que é uma “colónia de almas” – por seu turno, a ciência define-o como um conjunto de cargas eléctricas violentamente agitadas, movimentando-se provavelmente a uma velocidade idêntica à da luz.

Apesar de ter negado a matéria, admitiu a realidade do espírito infinito de Deus, que não é redutível a qualquer ideia. Os objectos só existem quando percepcionados. Mas, não deixam de ter existência caso ninguém os percepcione, já que Deus percebe todas as coisas – “Se uma árvore cai na floresta e não há ninguém para ouvir, existirá o barulho?” Berkeley responderia: - Deus.

A sua filosofia é um não materialismo, e como Locke afirma que as ideias para existirem têm de ser percepcionadas. Estas ideias são inactivas, sendo activo o espírito que as venha a possuir e são em nós produzidas por Deus.

Deus tem o conhecimento de tudo aquilo que é objecto da nossa percepção. Não sendo a matéria real – o que torna útil a existência de Deus –, somos forçados a recorrer ao Ser supremo para podermos explicar a existência, quer das nossas ideias quer das coisas sensíveis.

Na sua perspectiva, a alma é imortal.




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