O PENSADOR

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RODIN

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

BERKELEY E O IDEALISMO



Berkeley foi um dos primeiros filósofos que considerou que os objectos percebidos pelos sentidos só têm existência enquanto representados no nosso espírito, ou seja, não têm realidade independente da nossa percepção. Intentou demonstrar a inexistência da matéria, nada existindo no mundo, no seu entender, para além do espírito e das ideias. No entanto, afirma que as coisas existem sempre como ideia no espírito de Deus.
Para os filósofos idealistas, todo o pensamento, seja daquilo que for, é uma ideia na mente do pensador. Por tal motivo, só as ideias na mente podem ser pensadas – a matéria é contestada, conquanto desunida do espírito de modo intrínseco.
Poderia pensar-se que o filósofo nega em toda a sua amplitude a existência real dos objectos e dos seres percepcionados. Parece-nos que não, já que sendo ideias no espírito de Deus, têm a sua realidade determinada por este facto.  
De qualquer modo, suponhamos então, que não me é permitido duvidar dos meus sentidos – embora lhe reconheça limitações substanciais na distinção possível entre aparência e realidade, já que a maior parte dos objectos da nossa percepção, surge-nos não como “realidade”, mas como “aparência” –, ou melhor dizendo, dos dados por estes obtidos. Sei assim, que a lagoa do cimo da montanha existe, e que não deixa de existir quando uma nuvem espessa a toca com suavidade no seu movimento descendente, fazendo-a desaparecer aos meus olhos. Não obstante, esta lagoa que vejo não é a mesma para mim e para todos os que comigo estão. Surge-nos como consequência da perspectiva – em função do nosso posicionamento nas suas margens –, que por seu turno se alia à reflexão da luz para criar uma determinada imagem ou ideia específica.



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