O PENSADOR

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RODIN

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

AS ESCOLAS SOCRÁTICAS - XENOFONTE, EUCLIDES, ANTÍSTENES, DIÓGENES, ARISTIPO, TEODORO, EGESIAS




Para além de Platão, quatro discípulos de Sócrates fundaram outras tantas escolas: Euclides, a Escola Megárica; Fédon, a Escola de Élida; Antístenes, a Escola Cínica; e Aristipo a Escola Cirenaica.
Haverá ainda que referir também como discípulos de Sócrates, Xenofonte, Ésquines, Símias e Cebes.


XENOFONTE

Deve ter nascido no ano 440. A história da filosofia deve-lhe os “Ditos Memoráveis de Sócrates”.

No Banquete, obra em forma de diálogo, inspira-se em Platão. Num banquete em casa de Cálias, Sócrates e alguns amigos expõem as suas ideias, contrapondo o amor terreno ao celeste.

Nos Memoráveis elabora a biografia de Sócrates. Aqui, Xenofonte, para além das suas próprias recordações acerca do velho Mestre, estriba-se de novo nas obras de Platão – v.g. Apologia, Fédon e Críton.

Na Apologia de Sócrates, tal como Platão, relata o processo de condenação do velho Mestre.

Refira-se que o estilo e capacidade filosófica de Xenofonte, são uma mera sombra das faculdades platónicas.


EUCLIDES

Da Escola Megárica, afirmava que o Bem é apenas um e é a Unidade, que é sempre a mesma, seja qual for o nome que lhe quisermos atribuir – Deus, Razão, ou qualquer outro.

Os megáricos foram exímios no desenvolvimento de argumentos paradoxais: 
- do sorites – tirando um grão de areia de um monte o monte não diminui (Eubúlides);
- antinomia – se afirmas que mentiste ou estás a falar verdade e então mentiste ou falas falso e então estás a dizer a verdade.

Interessante é a posição de Estílpon, que cultivava a impassibilidade, e declarava que o sábio não tem necessidade de amigos, bastando-se a si mesmo. Foi contrariado por Aníceris, da Escola Cirenaica, que julgava dever o homem basear a sua vida na amizade e no altruísmo. 


ANTÍSTENES DE ATENAS

Discípulo de Górgias e de Sócrates, cerca de vinte anos mais velho do que Platão, foi o fundador da Escola Cínica. Cínicos, são os que vivem como “cães” e não em função de convenções, preceitos sociais ou conveniências, demonstrando-o de uma forma que Sócrates provavelmente não aprovaria. 

Era senhor de uma personalidade marcadamente forte. Terá sido a morte de Sócrates que o levou a desprezar os prazeres e luxos da vida, pregando o regresso à natureza. Foi contrário a todas as convenções e poderes instituídos, tais como o Estado, a propriedade privada, a religião, o casamento. Condenou veementemente a escravatura.

O sentido da vida é a capacidade que o homem tem para atingir a felicidade, que consegue por intermédio da virtude, libertando-se dos condicionamentos e das amarras da vida social. 

Afirmou que perante as leis, muitos são os deuses, mas segundo a natureza, só um existe, só há um Deus.


DIÓGENES DE SINOPE

Foi discípulo de Antístenes, mas foi mais famoso do que o seu mestre. A palavra cínico, deriva da sua intenção de viver como um cão. 

Do filósofo restam-nos fragmentos coligidos por Diógenes Laércio e Díon de Pruse.

Levou o ensinamento de Antístenes às últimas consequências, rejeitando também todas as convenções.
Conta-se que quando Alexandre o Grande o visitou, lhe terá perguntado se desejava algo, algum favor em especial, ao que respondeu: “desejo apenas que não me tires o Sol”.

A vida dos cínicos era de simplicidade e desprezo pelos bens do mundo, prezando apenas os que lhes eram estrictamente necessários à sobrevivência.

A doutrina cínica influenciou em muito o estoicismo.


ARISTIPO

Fundador da Escola Cirenaica, ensina que o fim a atingir pelo homem não é a felicidade, mas antes o prazer, que é vivido no instante presente, sendo irrelevantes, quer o passado quer o futuro, porquanto o primeiro já não existe e o segundo é uma incógnita, desconhecendo-se se existirá ou não. Vivendo o instante, atingiu a liberdade que lhe permitia asseverar que possuía sem ser possuído.


TEODORO O ATEU

Também da Escola Cirenaica, julga que o fim a atingir pelo homem é a felicidade, que identifica com a sabedoria. Negou a existência de todos e quaisquer deuses. 


EGESIAS

Da Escola Cirenaica, julga que a felicidade é algo praticamente inatingível, atento o padecimento que acompanha a vida. O sage, mais do que buscar a felicidade deve evitar os males. Um seu escrito denominado “O suicida”, fez com que lhe atribuíssem o cognome de “advogado da morte”. 

Na sua perspectiva, a vida que é um bem para o néscio, é indiferente ao sábio.




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