O PENSADOR

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RODIN

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ANAXÁGORAS - DEUS É A INTELIGÊNCIA CRIADORA DO UNIVERSO



Séc. V a.C.

Membro da Escola Jónica, foi discípulo de Anaxímenes. Nasceu em Clazomene por volta de 500 a.C. Viveu durante cerca de trinta anos em Atenas, onde terá fundado uma escola. Faleceu no ano de 428 a.C. Na escola que fundou em Atenas, participaram entre outros, Péricles e Eurípides.

De Anaxágoras ficaram-nos umas duas dezenas de fragmentos, que incidem sobre questões físicas e metafísicas.

Viveu para “contemplar o Sol, a Lua e o céu”. Não se desassossegou com negócios ou com a vida política. Um dia, acusaram-no de ser indiferente à sua pátria, ao que apontando para os céus, disse: “A minha pátria importa-me muitíssimo”.
Aceitou o princípio de Parménides, no que toca à imutabilidade do Ser.

Para Anaxágoras, Deus é a inteligência criadora do Universo (Aécio). Sendo Deus, ou estando o divino separado do mundo, sendo sua causa, alterou o pensamento dos filósofos que afirmaram a não criação do mundo, v.g., de Anaximandro. A existência de ordem no mundo é consequência dessa entidade omnisciente.

A alma distingue o homem da matéria, e é a origem do movimento. Segundo ele, em cada coisa há uma porção de todas as outras, exceptuando-se a alma, que apenas algumas coisas contêm. A alma tem poder sobre tudo o que é vivo, é infinita, autoguiada, e nela não há qualquer mistura ou aglomeração de elementos das restantes coisas – as coisas por mais pequenas que sejam, contêm porções de todos os contrários, como por exemplo, o quente e o frio, o branco e o preto.

Todas as coisas estavam juntas, sendo infinitas em número e em grandeza, na ilimitada pequenez, porquanto o infinitamente pequeno também existia, e enquanto estiveram juntas, nenhuma podia distinguir-se das outras, como consequência dessa pequenez. O Caos era ocupado pelo ar e pelo éter, ambos ilimitados, porque são eles que transcendem todas as coisas em número e em grandeza.

A Terra formou-se de coisas separadas, como a água se separa das nuvens, a terra da água e, da terra, em virtude do arrefecimento, as pedras, ainda mais do que a água, precipitando-se para o exterior.

Diz que os Helenos falam erroneamente quando dizem “nascer” e “morrer”, porque nada nasce, nada morre, apenas se verificando que as coisas se combinam ou se separam, ou melhor: todas as coisas tiveram um princípio por composição, e todas acabam por decomposição.




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